André Jardine diz por que não deu certo no São Paulo

Nos últimos anos, o nome de André Jardine ganhou destaque no futebol internacional, principalmente por sua atuação como técnico de sucesso no América do México. Ele é reconhecido por suas conquistas e por ter levado o clube a títulos significativos, incluindo o cobiçado tricampeonato mexicano. Antes de sua trajetória no exterior, ele teve uma passagem importante pelo São Paulo, onde experimentou um dos momentos mais desafiadores de sua carreira.

De 2018 a 2019, Jardine começou a se consolidar não apenas como um técnico interino, mas como uma figura efetiva no comando do São Paulo. Mesmo enfrentando uma série de desafios que culminaram em sua demissão, o treinador sempre olhou para trás sem arrependimentos. Essa experiência se tornou um pilar para seu desenvolvimento pessoal e profissional, moldando suas futuras abordagens no campo técnico.

Desafios enfrentados por Jardine no São Paulo

Durante sua jornada no São Paulo, André Jardine encarou o complicado processo de transição das categorias de base para o time profissional. Em entrevista para o Abre Aspas, do portal “Ge”, Jardine falou sobre sua passagem pelo São Paulo e os motivos pelos quais não deu certo no Tricolor.

Ao ser perguntando por que não deu certo no Tricolor, o treinador respondeu:

“É um processo longo para quem não foi jogador, que é o meu caso. Fui jogador de base, mas não conta muito. Eu procurei respeitar cada processo de formação do treinador. Foram 10 anos no Inter, trabalhando com todas as categorias, sendo assistente, sendo treinador, acumulando vivências, trabalhando praticamente três turnos para acumular o máximo de experiência para que no dia que eu desse o meu passo à frente não faltassem essas experiências. Depois foi um ano rápido no Grêmio, mas um ano muito rico, em que eu já tive a primeira experiência no profissional. Depois, no São Paulo, mais três anos na base, mais um ano e meio no profissional, que totalizaram 15 anos. Uma faculdade normalmente dura quatro, cinco anos para formar um profissional. Foram 15 anos, eu considero um período justo, por uma formação bem sucedida de um profissional.”

“O caso do São Paulo acabou sendo curto, mas foi um período em que as coisas não saíram como a gente queria. E faz parte do processo, assim como muitos treinadores experientes vão ter momentos em que as coisas não saem. A gente está podendo ver agora o Guardiola passando por um momento que ninguém imaginava que ele iria passar. Isso está sendo até bom, ele está humanizando a profissão e mostrando que todos estão suscetíveis a passar por um período sem conseguir vencer. Muitas vezes, mesmo o treinador fazendo tudo certo, ele não vai ganhar. Às vezes, fazendo muita coisa errada, ele ganha. Então, são diversos fatores. Por isso que para se analisar um trabalho acho que tem que olhar a trajetória, o currículo, os anos para trás e entender o que aquele profissional construiu, se teve mais êxitos ou mais fracassos, para poder realmente chegar a uma conclusão e não fazer um recorte de 10, 15 jogos ou um torneio, porque acaba sendo muito injusta a avaliação, tanto para bem quanto para mal.”

André Jardine optou por permanecer no América do México

A trajetória de Jardine no América do México tornou-o uma figura respeitada e admirada, tanto entre os jogadores quanto entre os torcedores. Com um contrato até 2027, ele se tornou ídolo ao colecionar títulos e demonstra uma lealdade ao projeto do clube, recusando recentemente uma oferta do Botafogo, clube carioca que tinha interesse em seus serviços para substituir Artur Jorge.

Sua decisão de permanecer no clube mexicano é reforçada pelo sucesso obtido lá, incluindo conquistas significativas que solidificam seu status de treinador de destaque no cenário futebolístico. Jardine parece encontrar na equipe uma plataforma perfeita para aplicar suas estratégias e visões, algo que ele pretende continuar explorando nos próximos anos.